Religião

Religião indiana


Ganesha significa “Senhor de Todos os Seres”. É filho do Senhor Shiva, a “Realidade Suprema”, e de Parvati, a “Mãe do Cosmos”. Seus sinais sobre a testa representam as três dimensões: a região inferior, a Terra e o Paraíso. Suas orelhas simbolizam a grande sapiência da educação espiritual. Seus olhos enxergam além da dualidade, o espírito de Deus em cada um. Sua tromba indica capacidade intelectiva. Suas presas representam os mundos material e espiritual, negativo e positivo, Yin e Yang, forte e fraco. Sua enorme barriga indica capacidade de “ingerir” qualquer experiência, representando também a abundância. Seus braços representam os quatro atributos do corpo: mente, corpo, intelecto e consciência. Em sua mão direita (acima) carrega uma machadinha, que decepa os apegos do mundo material; na outra (abaixo), o sinal do OM, que abençoa com prosperidade e destemor; na mão esquerda (acima), o laço significa a fertilidade, a própria natureza; na outra (abaixo), gadu, um doce feito de grão-de-bico com açúcar granulado ou doce-de-leite com arroz, que representa a satisfação e a plenitude do conhecimento. O rato significa que devemos ser astutos e diligentes em nossas ações. A serpente é o símbolo da energia física, guardiã dos segredos da Terra. Assim, Ganesha é o Mestre do Conhecimento, da Inteligência e da Sapiência. É aquele que proporciona a potência espiritual e a inteligência suprema. É o grande Removedor dos obstáculos, Guardião da Riqueza, da Beleza, da Saúde, do Sucesso, da Prosperidade, da Graça, da Compaixão, da Força e do Equilíbrio.



Conhecido como MAHADEVA, o supremo dos deuses, um dos três principais deuses do panteão hindu, SHIVA, é o deus da renovação. Às vezes ele é visto como NATARAJA – o deus das artes e das danças, o dançarino cósmico, bem como o senhor das artes marciais e o protetor dos animais. Numa de suas mãos ele carrega um pequeno tambor que anuncia a criação e noutra, o fogo da renovação. Sua mão estendida representa sua força superior, e o pé levantado simboliza a liberação. Ele dança sobre um demônio que representa a escuridão e o mal, estando assim, acima da ignorância e de todo mal, e em seu braço direito há uma serpente demonstrando que SHIVA domina todas as riquezas naturais. As lendas dizem que o rio Ganges nasce de sua cabeça. SHIVA é o controlador de toda a ira e é conhecido por sua imensa benevolência e misericórdia, concedendo-a a todos muito facilmente. Às vezes ele é encontrado num estado de meditação, demonstrando que é o deus da Yoga.
SHIVA é o senhor de DURGA (PARVATI) – a deusa da natureza material – e é transcendental a qualquer desejo ou ilusão material . Ele é o pai de Ganesha – o deus da boa sorte e prosperidade.
De acordo com as escrituras Védicas, SHIVA é o símbolo máximo da potência masculina. Em seu planeta, na montanha KAILASA, existem apenas entes femininos, e quem quer que pise na terra dele, imediatamente se transforma em mulher.
SHIVA possui um terceiro olho que sempre permanece fechado, pois no momento em que abri-lo, toda a criação será incinerada pelo calor abrasivo do fogo da renovação. Dizem os orientais que SHIVA protege a casa dos seus seguidores de todos os tipos de males.



Entre todas as Devis (semideusas), associadas com Shiva, Parvati guarda a mais alta eminência. De acordo com os aspectos da cosmologia védica, Parvati é uma reencarnação de Sati Devi. Sati foi a filha do sábio Daksha, que não aprovou a escolha de Shiva como marido dela. Daksha organizou em grande sacrifício de fogo para todos os deuses, exceto para Shiva. Deste modo, Sati foi então humilhada pelo tratamento do pai a Shiva, imolando-se a si mesma, dando início a sinistra prática da esposa ir para a fogueira junto com o marido. Enfurecido, Shiva, transformado num demônio gigante, e destruidor do sacrifício, cortou fora a cabeça de Daksha, que caiu dentro do sacrifício de fogo. Arrependido de sua ação, Shiva colocou na cabeça de Daksha a cabeça da cabra do sacrifício.
Sati reencarnou como Parvati, a filha do Himalaia, a montanha deusa. Apaixonando-se por Shiva, ela praticou severas austeridades por muitos anos, e finalmente ganhou a atenção de Shiva e casou-se. Shiva e Parvati possuem dois filhos, Ganesha e Skanda.
Junto com Parvati, ou com uma ou outra encarnação como Kali ou Shakti, Shiva simboliza a perfeita união e a reconciliação dos pares de opostos.







Apesar de Brahma ser um poderoso deus Hindu, o criador do mundo material, ele é subestimado pelos cultos populares de Shiva, Vishnu e Devi. Os templos dedicados ao Senhor Brahma são raros, e Ele é muito pouco adorado nos dias de hoje. Parcialmente, isso se deve a natureza abstrata de suas características, como a personificação da essência todo-penetrante do universo, Brahman.
Como dissemos, ele é o deus criador. Dele saíram os Vedas bem como os primeiros seres humanos e os protetores como Prajapati. Usualmente ele é mostrado como quatro cabeças, as quais cada uma ditou um dos Vedas, que ele carrega em suas mãos. Muitas vezes o Senhor Brahma é retratado como sendo um homem velho, com barbas brancas.
A divina consorte de Brahma é Saraswati, que algumas vezes é descrita como sendo a sua filha, e ela está sentada por sobre um cisne.


Saraswati é uma antiga deidade retratada nos Vedas. Ela está identificada como o rio que leva o seu nome. Os estudiosos identificam o seu nome como sendo a responsável pela tradição oral dos ensinamentos, e nos Vedas ela é retratada como a mais importante deidade desta natureza.
Durante o período Purânico, Saraswati aparece como a consorte do Senhor Brahma, sendo a deusa da música, do conhecimento e da poesia. Ela está por sobre um cisne, e toca uma Vina (um instrumento de cordas indiano). Nas suas outras mãos ela tem um Mala (rosário de contas) e os Vedas.




Hanuman é o fiel amigo de Rama, no Ramayana. Ele é o general do exército dos macacos, que vieram no auxilio de Rama e Lakshmana na Guerra contra o demônio Ravana, que seqüestrou Sita, a esposa de Rama. Durante a batalha com Ravana. Lakshmana foi fulminado por armas envenenadas. Apenas um antídoto de uma planta, que podia ser encontrada no monte Mahudaya poderia salvá-lo. Hanuman viajou para buscar esta planta, mas não a conhecia, e, portanto, não sabia qual pegar. Por isso, ele trouxe toda a montanha para próximo de Lakshmana. Hanuman é um devoto perfeito. Ele é totalmente devotado ao Senhor Rama, a tal ponto do nome de Rama estar escrito no seu coração.









Rama é a sétima encarnação de Vishnu nesta era de Manu. Rama é o príncipe herói do famoso épico Hindu, O Ramayana. As proezas de Rama, seu irmão Lakshmana, sua esposa Sita, e o seu fiel amigo Hanuman são muito bem conhecidos, e suas histórias populares não apenas da Índia, mas em outros locais onde o Hinduísmo se espalhou, e, mais notadamente, em Bali. O Ramayana é recontado em revistas em quadrinhos, jogos, filmes, e shows na televisão. Rama é o ideal da justiça.












KALI é a personificação da impiedosa fúria feminina e sempre deixa um rastro de destruição por onde passa.Ela é chamada de KALI, pois tem o corpo negro, seu rosto é vermelho e carrega uma espada invencível. Seu cabelo é longo e totalmente desalinhado e pode ser vista nua, indicando sua liberdade e independência.Ela tem olhos sedentos de sangue, uma boca com dentes grandes e afiados, mostrando sua enorme língua. Ela tem um colar com 50 cabeças humanas decepadas, representando as letras do alfabeto Sânscrito, seus brincos são corpos de anjos, indicando que Ela está acima da luxúria. Ela tem cobras enroladas em seus vários braços e no pescoço que são usadas como armas para matar suas vítimas.





A deusa da fortuna, fonte de toda a fartura, beleza e saúde neste universo. Ela é a esposa de Vishnu – o sustentador do Universo, Lakshmi; é o principal símbolo da potência feminina, e pode ser reconhecida por sua eterna juventude e formosura.Ela sempre pode ser vista sentada sobre uma flor de lótus ou portando nas mãos flores de lótus, e um cântaro que jorra moedas de ouro. As lendas dizem que ela surgiu de uma colossal tarefa cósmica entre os principais líderes do bem e do mal, e quando ela apareceu, todas as grandes personalidades presentes perderam a compostura, devido a sua enorme refulgência atrativa e ofereceram tudo que tinham de melhor para tentar conquista-la. No entanto, Lakshmi examinou minuciosamente cada um deles e não pode encontrar nenhum naturalmente dotado com todas as boas qualidades. Assim, como ninguém era internamente desprovido de imperfeições, ela preferiu Vishnu como seu esposo, que está além da matéria, e, portanto livre de defeitos.
Geralmente, atribui-se também a Lakshmi o símbolo da Suástica, que representa vitória, sucesso, riqueza, beleza e fartura.




Surya conhecido também como TEJUS, SAVITA, e VIVASVAN, o Sol é tido como o olho de Deus, o rei de todos, e o calculo do tempo eterno é feito a partir de seus movimentos. Ele simboliza a vida e vivifica todos os seres com calor e luz ilimitados, controla o dia, e no oriente os YOGUES praticam o SURYA NAMASKAR – o cumprimento ao deus do sol – logo ao nascer dos primeiros raios solares. O JYOTIR VEDA – um antigo tratado sobre astronomia – informa que o deus do Sol está numa colossal carruagem puxada por sete magníficos cavalos que circundam a montanha SUMERU, onde moram os principais deuses, e que seis meses por ano ele passa no lado norte dessa montanha, seis meses do lado sul, fazendo assim as estações de inverno e verão.Uma lenda conta que no início da criação existiu um rei cujos poderes se equiparavam aos do Deus do Sol, e que esse rei, não satisfeito com as mudanças climáticas das estações, decidiu iluminar o lado da montanha onde o Deus do Sol não estava. Após essa fenomenal tarefa, o rei saiu de trás do Sol, e dos sulcos formados pelas rodas de sua carruagem formaram-se os diferentes sistemas planetários. No oriente dizem que todas as pessoas que amam a vida devem adorar o Sol.



Krishna é a forma mais popular dos adoradores de Vishnu, sendo adorado pelos chamados Vaishnavas, na linha do Bhakti-Yoga. Seu nome significa, entre tantos significados, “alguém escuro" (como a nuvem de chuva), e "o todo atrativo", sendo usualmente retratado na Sua cor azulada. Na realidade, suas origens datam dos tempos pré-védicos, sendo que na Índia Ele é, além de Deus, um herói local que age em defesa dos bons e devotos. Krishna é Purna Avatara, ou seja, um Avatara que tem todas as qualidades possíveis de Vishnu.
As principais coleções de histórias que envolvem Krishna estão na Sua infância, adolescência e idade adulta, retratadas no Srimad-Bhagavatam.Como vaqueiro, Sua dança com as Gopis (vaqueirinhas), e Sua consorte Radha. Na época do Mahabharata Ele aliou-se aos Pandavas. Ele deu instruções para o Seu primo Arjuna no Bhagavad Gita, uma vez que este estava relutante em realizar as suas obrigações na guerra. O amor que há entre Radha e Krishna é considerado o amor ideal entre os devotos e Ele.



No sexto século antes da era Cristã, a religião estava esquecida na Índia. Os grandes ensinamentos dos Vedas foram jogados no chão. Havia muitos sacerdotes que trabalhavam por dinheiro em todo o lugar. Os sacerdotes insinceros aproveitavam-se da religião para lucro próprio. Eles enganavam as pessoas numa grande variedade de métodos e acumulavam riquezas para si próprios. Eles eram totalmente irreligiosos. Em nome da religião, as pessoas seguiam os passos destes sacerdotes cruéis e realizavam rituais sem significado. Eles matavam estupidamente animais inocentes e faziam vários sacrifícios. O país necessitava de uma reforma desta horrenda conduta que seria protagonizada por Buddha. Neste período crítico, quando havia muita crueldade, degeneração e injustiças em todo o lugar, a reforma de Buddha surgiu para colocar abaixo estes maus sacerdotes e acabar com o sacrifício de animais, bem como para salvar as pessoas desta situação, e disseminar a mensagem de igualdade, unidade e amor cósmico em todo o lugar.
O pai de Buddha foi Suddhodana, o rei de Sakhyas. A mãe de Buddha chamava-se Maya. Buddha nasceu por volta de 560 a.C., e morreu por volta de oitenta anos, em 480 a.C. O local de nascimento foi um bosque conhecido como Lumbini, próxima a cidade de Kapilavasty, aos pés do monte Palpa, na cadeia de montanhas do Himalaia, divisa com o Nepal. Esta pequena cidade, Kapilavasty, fica às margens do rio Rohini, algumas centenas de milhas ao nordeste da cidade de Varnasi. Ao aproximar-se da noite em que Buddha viria ao mundo, os deuses, em si mesmos, prepararam o caminho com presságios celestes e sinais. Flores nasceram e uma doce chuva, embora fora da estação, caiu gentilmente; música celestial foi escutada, e um delicioso perfume encheu o ar. O corpo da criança veio à luz com trinta e duas marcas auspiciosas (Mahavyanjana), as quais indicavam o Seu grande futuro, além de marcas secundárias (Anuvyanjana), em grande número. Maya morreu sete dias depois de seu filho nascer. A criança foi criada pela irmã de Maya, Mahaprajapati, que se tornou a Sua mãe adotiva.

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Religião brasileira

A sociedade brasileira possui uma diversidade religiosa que extrapola as possibilidades de análise através do conceitual analítico proposto por Bourdieu a partir do estudo clássico de Max Weber. Lísias Negrão propõe a utilização do conceito de campo religioso acrescido da concepção do pluralismo mercadológico de Peter Berger. Para Negrão, não há um jogo entre uma religião dominante, tida como legítima e representada pelo sacerdote, e outra dominada, tida como ilegítima e movida pela ação contestatória do profeta ou do mago. Há um pluralismo mercadológico, com uma competição entre os grupos religiosos pela preferência do fiel e consumidor. Como ressalva, destaca o papel da Igreja Católica e sua relação com o Estado. No Brasil, diferentemente de outros países, a religião católica nunca deixou de estar vinculada ao Estado, e vice-versa. Nesse sentido, a legitimação de qualquer religião por parte do Estado passa por sua catolização. Mas, por outro lado, a atuação da Igreja durante o período de formação da sociedade brasileira sempre se deu de maneira restrita, resultando na composição de um catolicismo popular vivenciado à margem da oficialidade. Não há dúvidas de que tal fato imprimiu características próprias ao campo religioso brasileiro. A dupla pertença dos adeptos do candomblé, até os dias atuais, é exemplo típico. Diz-se católico, mas pode-se praticar diversas outras religiões.

Essa privatização do sagrado, que se refugia na realidade da vida individual, sempre foi característica brasileira. Mesmo em vivências que se colocam de maneira contrária à oficialidade católica, como é o caso do pentecostalismo, mantém-se vivos e ativos os velhos deuses do povo, daquela vivência católica popular, como bem demonstrou Passos. No Brasil, maior país católico do mundo - conforme é costume afirmar, mantém-se a denominação oficial, mas permite-se múltiplas e diferentes vivências em nível pessoal. A conversão ao protestantismo é exceção numa sociedade que não requer rompimento para confirmar a adesão do fiel a um novo sistema religioso.

Lísias Negrão, seguindo os passos iniciados por Droogers , sugere a existência de algumas características comuns a todas as religiões no Brasil. São elas: 1) A crença de que todas as religiões são boas porque todas elas conduzem a Deus; 2) Esse Deus segue as características da concepção cristã de divindade; 3) Deus aparece sempre em segundo plano, substituído pelos santos, orixás, guias, mestres etc. ou mesmo pelas outras figuras da Trindade, Jesus Cristo e o Espírito Santo. 4) A crença nos espíritos dos mortos e na possibilidade de comunicação e contato com eles; e por fim, 5) O caráter protetor da religiosidade brasileira contra os males do mundo.

Em decorrência deste conjunto de elementos comuns, pode-se compreender tanto a possibilidade de dupla pertença como o fácil e intenso trânsito entre as experiências religiosas.

http://www.metodista.br/ppc/correlatio/correlatio03/a-diversidade-religiosa-no-brasil-a-nebulosa-do-esoterismo-e-da-nova-era/
 
Principais religiões e crenças no Brasil e seus seguidores:
(Fonte: IBGE - censo Demográfico de 2000.)